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terça-feira, 15 de setembro de 2015

GRÊMIO 112 ANOS: ♫♪♫♪ PARA HONRAR NOSSA BANDEIRA ♫♪♫♪♫♪

Reportagem: Rafael Copetti dos Santos, escrita em agosto de 1998. Atualizada em 15.09.2014
Produção: @rsesporte_com Imagens: Google  / Vídeo: Youtube

*Homenagem do RSESPORTE.COM ao aniversário de 112 anos do clube mais imortal do planeta!


Uma greve de bondes em Porto Alegre em 1953, que dificultou a ida dos torcedores gremistas até a antiga baixada para assistir a um jogo do Grêmio, serviu de motivo inicial para um dos maiores músicos e compositores romanticos e do ciúmes do Brasil, chamado pelos amigos de Lupi, mas pela população de Lupicínio Rodrigues, a compor e escrever a marcha do cinquentenário do Grêmio Football PortoAlegrense. O fato aconteceu durante uma tradicional reunião de grandes amigos antes do jogo, no antigo Restaurante Copacabana.


Estavam presentes o antigo proprietário Chico Spina, os jornalistas Wilson Muller e Amilton Chaves e, claro, Lupicínio. Como bom gremista, Lupi aproveitou a situação e começou a escrever na hora, bem a vontade, a marchinha que anos mais tarde virou o hino oficial do clube que começa assim:


♫♪...Até a pé nos iremos
Para o que der e vier
Mas o certo é que nós estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver...♫♪






O torcedor e sócio do clube Telmo de Deus dos Santos concorda ao falar da primeira estrofe do hino escrito por Lupi:

– O hino gremista é sem dúvida um dos que mais reflete a vontade que, nós torcedores temos de estar sempre ao lado da equipe a onde ela estiver, não medindo esforços para acompanha-lá mesmo fora do Estado e do País –. falou Telmo, assistindo a um jogo do Grêmio nas cadeiras cativas do Olímpico.

Outra testemunha que vivenciou a importância para a torcida do hino composto Lupi, foi o ex-técnico gremista Luís Felipe Scolari ( Felipão):

– Durante a partida final contra o Corinthians pela, Copa do Brasil de 1995, nós perdemos o título em casa na presença de quase 60 mil gremistas e em vez de vaias, nós da comissão técnica e jogadores ouvimos a torcida cantar o hino em apoio a equipe, calando a festa do time adversário – comentou Felipão.

A sensação foi parecida com esta...



Dias após de escrever a primeira estrofe do hino, Lupi, lembrou dos cinqüenta anos do seu amado clube tricolor que estavam próximos e comentou o seguinte à amigos:

– Farei algo que há de levantar as multidões esportivas em torno da bandeira cinqüentenária do Grêmio e da conquista do campeonato –.

Poucos dias depois, Lupicínio apresentou aos seus amigos o hino do cinquentenário e marcha de guerra do clube. Wilson Muller, um de seus grandes amigos, não se impressionou com o talento do criador de “Vingança” e “Felicidade”, outros grandes sucessos do cantor. Ele ficou apenas com uma dúvida comentada assim a amigos:

– Não sei se dentro da cabeça de Lupi, existe um cérebro ou uma caixinha de música? Já a partitura da música ficou a cargo do maestro Salvador Campanella, um dos maiores regentes do Estado na época.

A paixão pelo tricolor gaúcho era tanta, que Lupi sempre dizia à amigos que com mesmo cinquenta anos o Grêmio era imortal, o que realmente ficou evidenciado neste verso do hino:
♫♪...Cinquenta anos de glória
Tens imortal tricolor
Os feitos da tua história
Canta o Rio Grande com amor...♫♪

Além, de exaltar o clube de seu coração, Lupicínio imortalizou junto a letra que escreveu e compôs, um dos maiores ídolos gremistas, Eurico Lara, através deste verso:

♫♪...Lara o craque imortal
Soube teu nome exaltar
Hoje com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar...♫♪


Porém, o hino oficial do Grêmio Footbaall Portoalegrense, hoje com cinquenta e nove anos de existência (45 na época que o texto foi escrito), tem duas curiosidades interessantes. A primeira, a exemplo da composição de seu grande rival, a diretoria gremista também realizou um concurso para escolher qual seria o hino oficial do clube. O vencedor foi Breno Blauth ( filho de Otto Blauth, ex- conselheiro gremista), que em 1946 escreveu a marcha de guerra do Grêmio, com a participação do cantor Alcides Gonçalves, que gravou em disco a letra vencedora do concurso, mas sete anos depois foi trocada pela versão de Lupicínio Rodrigues.

A outra curiosidade é sobre o que teria acontecido com a últimas estrofe da versão original do hino gremista, onde, Lupi faz um pedido aos atletas gremistas, mas que nos dias de hoje não é lembrada por sua torcida, versada assim por ele: Segundo Lupicínio Rodrigues Filho, o hino escrito e composto por seu pai, tem uma importância sociológica e filosófica muito grandes e de muita tradição histórica. Ele comenta o seguinte sobre a última estrofe da letra:

– A torcida não lembra desta estrofe porque não foi acostumada a canta-lá. Era para ela estar pintada na parede do vestiário, para que os jogadores sempre honrassem a camisa e o clube que defendem –. comenta Lupi Filho.

Lupicínio tinha muitos admiradores, entre eles, está Paulo Sant’anna (colunista de Zero Hora e comentarista da RBSTV e Rádio Gaúcha). Fanático torcedor gremista de primeira linha, escreveu certa vez em uma de suas crônicas em ZH sobre Lupicínio Rodrigues, classificando-o como:


– O repórter do coração, da traição, dar dor-de-cotovelo e de inquietos amores; era um poeta fecundante. Vivia para compor e fabricava situações que o levassem a compor –.

Por isso, quando Lupicínio Rodrigues, faleceu no dia 27 de agosto de 1974, o Brasil perdeu um compositor que escrevia suas músicas sempre com o coração e se que encaixavam perfeitamente na história de sua vida e de seus versos; um coração que vivenciava e que mexia com “Todos os corações do Rio Grande”.

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