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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

EMERSON O 'REFORÇO TÉCNICO' DE HOMERO BELLINI JR

Redação: Tiago Dias / Produção: @rsesporte_com / Fotos: Google Imagens


Emerson Rosa, ex-volante do Grêmio recebeu com muita surpresa o convite para integrar o Conselho de Administração do Grêmio e ser inscrito na chapa de Homero Bellini Júnior para disputa eleitoral para Presidência do Grêmio, que acontece no próximo mês.


Em entrevista ao Blog Passaporte Grenal, Emerson fala sobre o convite de surpresa, capacitação na área e seu relacionamento com Felipão.


Como se deu o convite de Homero Bellini Júnior?
Emerson Rosa — Foi de surpresa. Não esperava esse convite para uma posição tão importante dentro do clube. Fiquei feliz pelo reconhecimento, sou um ex-jogador, e a gente sabe que muitos pensam que quando jogador se aposenta tem de ser apenas treinador ou estar presente em uma comissão técnica.
Qual será teu papel no Conselho de Administração?
Emerson — Foi tudo muito rápido (a chapa foi inscrita na última sexta-feira). Tivemos alguns encontros, mais para falar exclusivamente sobre o convite. Porém, ainda não fizemos uma reunião com todos os integrantes do Conselho (Airton Rushel, Eduardo Magrisso, Fernando Hackman, José Jesus Camargo, Juarez Aiquel e Antonio Carlos Maineri, o vice de futebol caso Bellini seja eleito). Como para mim é algo novo, temos de conversar muito, ainda.
Você tem alguma formação em gestão ou capacitação na área?
Emerson — Tenho quatro anos no comando do meu projeto em Pelotas (o Fragata Futebol Clube, que forma jogadores e mantém times de base em Pelotas, na região Sul do Estado). Claro que em comparação com o Grêmio é bem diferente. Mas quero aprender, óbvio, é uma área que exige demais. Agora, por enquanto, minha função é aprender, me inteirar no que acontece no Grêmio.
Te ter no Conselho agrega no sentido da força do teu nome junto à torcida.
Emerson — Por isso que eu fico feliz com esse convite. Quer dizer que meu nome passa credibilidade. E todos sabem que quando eu assumo um compromisso, quero cumpri-lo da melhor maneira possível. Tenho certeza de que posso contribuir, pela experiência no futebol, pelos 12 anos que passei lá fora (Emerson foi jogar na Europa com apenas 21 anos. Primeiro no Bayer Leverkusen, onde ficou quatro temporadas. De lá, foi para a Roma, em 2000, onde conquistou o título italiano no ano seguinte), sempre tive curiosidade e já vi muita coisa do que podemos colocar em prática no nosso futebol.
Como o quê, por exemplo?
Emerson — A realidade do Brasil é muito diferente. O que ocorreu na Copa é um exemplo do que vai ocorrer daqui quatro anos. Não é que lá tudo é bom e aqui tudo é ruim. Temos uma cultura diferente. Não houve revolução após a Copa, aos poucos, as pessoas não falam mais nada. Quando perdemos, dizemos que nosso futebol está atrasado. E é um erro do nosso país, quando perdemos estamos mal. Mas, na verdade, não nos preparamos bem.
Dentro e fora do campo?
Emerson — O treinador, aqui, assume responsabilidades que não são dele. Na Europa, o treinador se encaixa no clube, não o contrário. Aqui se expõe demais o treinador. Um exemplo: até para fechar o treino. Tem de ser cultura do clube, não ordem do treinador. Eu já joguei, treino fechado é muito mais pela tranquilidade do trabalho do que qualquer outra coisa. Treinador aqui é sobrecarregado, ele fala sobre tudo.
Tua relação com o Felipão segue abalada? Você declarou recentemente que guardava mágoa pelo corte em 2002.
Emerson — Isso ocorreu em 2002, já se passaram 12 anos. Eu nunca tinha comentado esse detalhe com ninguém. E foi em um evento, me perguntaram sobre minha relação com ele e disse que não falava com ele desde 2002. Ali que começou esse mal-entendido. Nossas vidas continuaram, seguimos com sucesso na carreira. Fiquei triste, claro. Poderia ter levantado a taça, era o capitão da equipe, homem de confiança dele. Mas tenho respeito pela pessoa do Felipão, não o julgo de forma alguma. Quem sabe não pode ser um reencontro depois de muitos anos, já que ninguém nos deu essa oportunidade? Afinal, ele está fazendo um excelente trabalho, eu quero a felicidade do clube.
É inegável que ele transformou o time do Grêmio, mas também trouxe a empatia equipe-torcida-Arena. O novo estádio prejudicou o Grêmio?
Emerson — Prejudicou. O torcedor não se sentia dono da Arena. Por conta da mudança, tinham jogos no Olímpico, jogos na Arena. Os próprios jogadores não se sentiam em casa. Para isso mudar, leva tempo. A empatia time e torcida voltou. E isso é uma coisa boa, que estava faltando.
Que te parece essa resolução da Fifa abolindo os investidores do futebol?
Emerson — Os clubes serão obrigados a se organizar de uma forma diferente. Terão mais poder de gestão sobre o jogador. Hoje tem muita pressão externa. Às vezes, o clube é obrigado a vender o jogador porque precisa dar um retorno para seu investidor. Eu vejo como uma medida que pode revolucionar nosso futebol.

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