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quinta-feira, 26 de junho de 2014

OS DIAS EM QUE OS ARGENTINOS INVADIRAM PORTO ALEGRE

Redação: Victor Thompsen / Produção: @rsesporte_com / Fotos: Google Imagens e Raul Barison

A partida entre Nigéria e Argentina, nesta quarta-feira, no Beira-Rio, fez os Hermanos invadirem Porto Alegre. Cerca de 100 mil argentinos vieram a capital Gaúcha para acompanhar de alguma maneira a sua seleção no mundial. Muitos sem ingressos, outros sem se quer ter lugar para dormir, mas nem os empecilhos da viajem afastou os Hermanos de perto da sua seleção.

Véspera da partida


A terça-feira foi de chegada de Argentinos a Porto Alegre, aproximadamente 2,5 mil torcedores argentinos estiveram acampados no Acampamento Farroupilha e mais de cem no  Largo Zumbi dos Palmares somente na terça. Receptivos como sempre, os brasileiros chegaram a disputar a famosa pelada na rua com os argentinos, em meio carros, lixeiras e fios, brasileiros e argentinos deixaram a rivalidade de lado para segregar a Copa do Mundo.

Seja nas ruas ou até mesmo em bares, os torcedores cantavam como se já estivessem na arquibancada do Beira-Rio apoiando a seleção de Messi diante da Nigéria, no jogo que seria apenas no dia seguinte, isso que muitos sequer têm ingressos para a partida. O canto mais entoado é que compara os craques Maradona e Pelé, obviamente com vantagem para o ídolo argentino, que deverá acompanhar o jogo na capital gaúcha. O policiamento foi reforçado na região, e a Brigada Militar não teve registros de transtornos.
"Maradona é melhor que Pelé. Temos o Messi, o Papa e Deus, que é Maradona", disse Pablo Carrasco, de 32 anos, que mesmo sem ingresso, foi a Porto Alegre para apoiar a seleção. "Vamos ganhar a Copa", confia.


Outro grupo de torcedores foi até a frente do hotel onde a delegação da seleção argentina está hospedada. O clima chegou a ficar tenso quando os torcedores gritavam e bebiam, sendo constantemente repreendidos por policiais. Por volta das 2h, eles deixaram o local.

Na madrugada desta quarta, torcedores vindos da Argentina, sem ingresso e local para dormir aproveitaram as dependências do aeroporto Salgado Filho e da Fun Zone, uma área de lazer criada pela Infraero em cada uma das 12 cidades-sede da Copa do Mundo, para passar a noite da véspera da partida. Apesar de ter sido criada com o objetivo de oferecer lazer, a área de mais de 42 metros quadrados do aeroporto da capital dos gaúchos se tornou um espaço que abriga diversas nacionalidades. Segundo a Infraero, cerca de 60 pessoas dormem diariamente no local.

Um grupo de amigos de Córdoba, na Argentina, também se sentiu acolhido na Fun Zone. Lucas Moggi, 20, Luis Caminada, 28, e Pablo Marin, 35, acomodaram-se no chão, coberto com um carpete que retrata a grama dos estádios. Para percorrerem quatro municípios brasileiros, desde o início da Copa do Mundo, eles não precisaram de muita estrutura. Mochilas com roupas e uma bandeira da Argentina para se cobrirem no frio foi o suficiente.

Espalhados pelo bairro Cidade Baixa, torcedores entoaram cânticos de apoio à equipe de Lionel Messi até embaixo d'água. Para fugir da chuva, parte dos torcedores entrou em alguns dos bares da região. Outros, que permaneceram na rua, se excederam durante a festa, e balançaram carros. Um torcedor chegou a subir em um caminhão de refrigerantes. Alguns dos torcedores ficaram acampados no bairro, conhecido por ser boêmio e que durante a Copa do Mundo vem sendo um ponto de integração entre torcidas. É o caso de sete argentinos acampados no Largo Zumbi dos Palmares.

Em camas improvisadas, cinco dormem em uma van e os outros dois em um carro. Os amigos são de Missiones, que fica a 50 km de Porto Xavier, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, e estão em Porto Alegre desde segunda.
"Não é confortável, mas é divertido. Estamos entre amigos, vivendo uma aventura. Tem amigos que vieram em piores condições. Aqui estamos comendo linguiça e confraternizando", comentou o argentino Dario Fischer, 30 anos, que ao lado do irmão Martin Fischer, 18 anos, é o dono da van que trouxe os amigos em busca de diversão.

O dia do jogo


As movimentações em Porto Alegre começaram cedo nesta quarta-feira, com cânticos e gritos de guerra, os hermanos tomavam as ruas de Porto Alegre, como apenas cerca de 30 mil torcedores  tinham ingressos para ir ao Beira-Rio para acompanhar a partida, quem não conseguiu ingresso se dirigiu a Fan Fest onde centenas de torcedores também estiveram presentes. Com as ruas tomadas de argentinos, um novo telão foi instalado na Orla do Guaíba para possibilitar que mais torcedores pudessem assistir à partida que garantiu a classificação argentina em primeiro lugar no Grupo F.

Quem frequentou a Fan Fest pode perceber isso rapidamente, pois o local chegou a ficar com a lotação máxima durante o jogo. Para comportar os torcedores que desejavam assistir ao jogo na orla do Guaíba, outro telão foi montado atrás da Fan Fest, onde cabiam mais de 20 mil pessoas, aproximadamente, mesmo número que comporta a estrutura oficial. Poucos minutos depois do início do jogo, a entrada já estava fechada no local que abriga os shows especiais da Copa e a Brigada Militar instruía as pessoas a se dirigirem ao outro telão, onde não era preciso passar por segurança para assistir à partida. No entorno do Beira-Rio a Brigada Militar teve trabalho e conteve mais de mil torcedores no entorno do estádio antes do jogo por não estarem com ingressos ou portarem bilhetes falsos. Um grupo de Nigerianos acusou, Argentinos de roubarem seus ingressos e com isso a cavalaria da BM passou a observar mais de perto o movimentos dos hermanos que se dirigiam ao estádio.  Um argentino que veio de bicicleta de Buenos Aíres, virou ídolo da torcida por sua garra e esforço em ver a seleção portenha.

Um espetáculo Argentino


A partida entre Nigéria e Argentina foi um verdadeiro espetáculo, dentro e fora das quatro linhas. No gramado, Messi desfilou todo o seu talento que o fez 4 vezes o melhor jogador do Mundo e em dois golaços colocou a Argentina em Vantagem sobre a Nigéria, querendo não ficar de fora da festa, o atacante nigeriano Musa também marcou duas vezes e assim deu emoção a partida. Rojo porem deu a vitória a Argentina.


Na parte das arquibancadas, a torcida Argentina fez uma festa magnifica, desde quando os portões foram abertos, os hermanos deram seu apoio a seleção nacional. Nos minutos iniciais a partida, os cânticos de apoio  a seleção ecoavam no Beira-Rio. Na hora do Hino nacional, uma cena pra ficar na história, aos quatro cantos milhares de argentinos e até brasileiros que se impressionaram e admiraram a empolgação argentina cantaram o hino da seleção. Com a bola rolando, os hermanos não silenciavam um minuto se quer, era um espetáculo, seja com aplausos cânticos ou gritos de apoio, os milhares de argentinos que estavam no Beira-Rio eram só festa.

O momento mais emocionante porem foi nos dois gols de Messi e quando o jogador foi substituído, maior ídolo da atual geração Argentina, Messi foi ovacionado pelos torcedores, Argentinos Brasileiros, Nigerianos e demais nacionalidades presentes no Beira-Rio, sob aplausos e grito de Messi, Messi, os torcedores botavam os braços para baixa, como se tivessem se curvando para o camisa 10, que retribuiu com aplausos.

Segue a festa


Com o fim da partida, a vitória Argentina e o primeiro lugar do Grupo F assegurado, os argentinos fizeram das ruas de Porto Alegre o prolongamento do estado Beira-Rio. Cerca de 2,5 mil pessoas tomam a Cidade Baixa nesta quarta-feira. Incansáveis, os vizinhos comemoram a vitória sobre a Nigéria com ainda mais gana à noite. As esquinas das ruas Lima e Silva e República, aquela canção parece soar infinitamente. Apesar de algumas confusões, o clima segue o mesmo dos últimos dias, mas ganhou em intensidade. Afinal, eles venceram, Lionel Messi deu show, não podiam esperar algo melhor. A BM informa que não houve nenhum incidente até as 20h. 

A celebração dos hermanos acabou contagiando torcedores de outras nações, como nigerianos e brasileiros, que juntaram-se à festa. Apesar de cantos provocativos, não houveram maiores confusões e até mesmo brasileiros cantam "gritos de guerra" argentinos, deixando a rivalidade futebolística de lado.


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