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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ABEL BRAGA LIBERA A CONCENTRAÇÃO DO INTER

Redação: Vitor Kellner / Produção: @rsesporte_com / Fotos: Google Imagens


20090504 Abel Braga 450.jpgEm busca de resultados e de maior motivação dos jogadores, o técnico Abel Braga levou ao Internacional ainda em dezembro de 2013 a estratégia de não-concentrar mais os jogadores colorados em 2014.

O Internacional é o segundo clube grande brasileiro a adotar está medida, sendo o Botafogo o pioneiro em 2014, quando os jogadores tiveram seus salários por 2 meses atrasados, o ex-meio-campo Seedorf expandiu a ideia entre seus colegas de trabalho  e obteve o apoio dos líderes do grupo Jefferson e Bolívar além do técnico Oswaldo de Oliveira, o resultado foi positivo ao final do ano o Botafogo conquistou a vaga a pré-Libertadores e foi campeão carioca, o zagueiro Bolívar, ex-Inter, explica como funciona o esquema no Bota: “No Botafogo, tem sido ótimo. Mas não adianta adotar essa prática se o grupo não tiver consciência. Se alguém erra, compromete todos. Além disso, aumenta a responsabilidade porque estamos mais visados. Se o time não rende, todos culparão a falta de concentração. E seremos mais cobrados” e destacou: “Tira aquela coisa chata da concentração e dá ao atleta o conforto de casa. Mas ficamos mais visados. E ninguém até hoje escorregou”.

Se no Brasil a medida ainda é pioneira na Europa a concentração foi abolida desde a década de 1970 sendo os ingleses os pioneiros. Sandro, meio-campo do Tottenham, ex-Inter, explica que os jogadores se apresentam apenas quatro horas antes das partidas: “É bom saber que o Inter está dando crédito para os jogadores, isso ajuda muito a vida do atleta fora de campo. Já passamos a vida treinando e jogando. O jogador chega três, quatro horas antes do jogo, faz a refeição, ouve a palestra e joga. Isso muda muita coisa. O jogador trabalha mais feliz. Sem concentração, o jogador não fica trancado no hotel, pensando no jogo o tempo todo. Isso estressa”.

Jonas coletiva Valencia (Foto: Site Oficial / Valencia)Na Espanha as concentrações somente acontecem em dias especiais: só em decisões de campeonato ou nas fases quentes da Liga dos Campeões. Jonas atacante do Valencia, ex-Grêmio, revela que a multa por minuto de atraso é de 50 euros (R$ 162,40): “Em dia de jogos, vamos ao clube alongar e, depois, já ficamos para o almoço. Não lembro de alguém descumprir a regra. Fico feliz que o Inter esteja fazendo isso. Com mais tempo livre, Jonas curte a namorada Melina e a filhinha Maria Fernanda, sete meses. Em casa, brinco com minha filha, me desconecto do mundo. No hotel, como ocorria por vezes no Brasil, com dois dias inteiros concentrado, nunca fazia nada além de ficar vendo TV no quarto. Assim, é possível aliviar a cabeça para depois focar só o jogo”, mas alerta os dirigentes colorados: “Não sei se o futebol brasileiro está preparado, mas vale tentar. Uma hora tem que se ajustar. Todos já são crescidinhos, não precisam ser mimados”.

Roberto Melo, diretor das categorias de base do Inter (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)No Internacional a alforria de concentração servirá em jogos do campeonato Gaúcho e Brasileiro além de alguns da Copa do Brasil, decisões de campeonato e clássicos Gre-Nais a norma não será válida: “Na Europa, se faz isso com bons resultados. No Botafogo, deu certo: ganhou o Carioca e se classificou à Libertadores. Isso ainda será tendência no Brasil. Precisa de alguém que dê o primeiro passo. Não estabelecemos multa, partimos de um pressuposto de confiança. De que eles são responsáveis e profissionais. Esperamos que erros não aconteçam, pois essa atitude é em prol do grupo e eles serão cobrados. Não estamos fazendo teste. É para ser definitivo neste ano”, comentou o diretor de futebol do Inter, Roberto Melo.


O técnico Abel Braga tomou conhecimento da prática após a saída do comando do Fluminense e ao saber que em 2013 o Inter ficou ficaram 168 dias concentrado e não obteve êxito na temporada levou a ideia a direção que foi prontamente aceita: “Em vez de dormir na concentração, dorme em casa, com responsabilidade ainda maior. E não vai ser resultado (ruim) que vai mudar essa mentalidade”.

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