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sábado, 31 de janeiro de 2015

PISANDO FUNDO: ESPECIAL SÃO SILVESTRE

Redação, fotos e vídeo: Regis Fernando Freitas da Silva OAB: RS 95962 / Produção: @rsesporte_com


Dia 30 de dezembro de 2014 saio de Porto Alegre e chego em São Paulo; vou para o Ibirapuera pego meu kit; vou para o hostel que fica a duas quadras da Av. Paulista – próximo a largada – e descanso um pouco; vou almoçar na Av. Paulista; saio para jantar uma massa; volto para o hostel para dormir; acordo pela manhã, tomo café; vou para largada da prova; corro a prova; termino em 01h40min20seg; pego minha medalha; volto para o hostel para tomar banho e ir embora; saio de São Paulo; e chego em Porto Alegre; Feliz ano novo!



Isso é um resumo do que fiz em São Paulo, na minha cruzada, que foi a São Silvestre. Sim, fiz exatamente isso, mas a corrida foi muito maior do que apenas um resumo.


Demorei tanto para conseguir escrever sobre a prova, porque é realmente uma emoção impar participar de uma São Silvestre, ainda mais para mim que era a grande prova do ano.

Enquanto os quenianos, etiopês e alguns brasileiros brigavam para vencer a prova, eu tinha um embate pessoal comigo: o de conseguir me superar.

Nunca pensei que uma corrida fosse recheada de emoções, e até mesmo despertasse tantos sentimentos, como aconteceu na São Silvestre.

Logo na largada conversei com um senhor e ele me disse: “- Você vai ver, ano que vem eu irei te encontrar aqui de novo, é uma corrida muito gostosa, a cidade abraça os atletas”. Fiquei com essa frase na cabeça, em seguida deram a largada e sai correndo, ou melhor tentando correr, porque é uma multidão.


Então tive pela primeira vez na vida o sentimento de ser um atleta de verdade. A largada da São Silvestre, meu amigo, é inacreditável, é um frisson, as pessoas gritando e batendo palmas, os atletas emocionados e também gritando...nossa!

Para mim, a melhor parte da prova foi o primeiro túnel. O som que o publico faz, junto com o dos atletas, é de arrepiar e emocionar, é lindo demais.
 
Após isso a prova foi rolando, asfalto pra cá e pra lá, o público dando a mão quando um atleta passa próximo à grade que separa o percurso da calçada, pontos de hidratação e pontos médicos (dos quais não precisei, ainda bem).

O trajeto passa por diversos lugares da capital paulista, mas no centro a prova fica um espetáculo, pois o publico é enorme, parecido com a largada e chegada. O corredor ganha um novo ânimo, e é tão boa a sensação que cresce um desejo de que a prova nunca acabe, isso é sério.

Até que chega a famosa Brigadeiro! Acreditem ou não, o público segue grande e apoiando muito os atletas, realmente abraçando os corredores. Como eu havia treinado bastante as subidas aqui em Porto Alegre, não tive maiores dificuldades na subida mais temida desta prova. O bom é que logo que ela termina já caímos na Av. Paulista e lá estão os metros finais da prova.

Meus amigos... novamente o público, a organização da prova, os corredores, os gritos, as palmas, os incentivos... Aquilo não podia terminar! Mas eu vi uma reta e quis acabar a prova com dignidade. Pisei fundo, cruzei a linha com um misto de felicidade, dever cumprido, emoção e tristeza, porque se tem algo na vida que não deveria acontecer, é o encerrar de algo tão incrível como aquela corrida.

Quando peguei minha medalha fiquei olhando para ela. Logo lembrei da frase daquele senhor na largada, e pensei: “Hoje fui um atleta de verdade e fui abraçado por São Paulo”. Enchi os olhos d’água e fui embora, mas trouxe comigo uma das melhores lembranças esportivas na minha memória, que agora virou até tatuagem.

Bom, é isso pessoal espero que tenham gostado do meu relato da São Silvestre, e que 2015 seja um ano repleto que novas provas, novas conquistas e principalmente de novas emoções. Nada é mais importante para um atleta que colocar o coração na sua atividade esportiva.

Até a próxima e um ótimo 2015 para todos nós!

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