OPINIÃO DE CARLOS JOSIAS SOBRE NOVO ADITIVO DA ARENA

Redação: Adv. Carlos Josias Menna de Oliveira / Produção: @rsesporte_com / Fotos: Google Imagens

Abandonei há um certo tempo o ´case` Arena porque passou a me desagradar profundamente a polarização do assunto entre Odone e Koff, ou mais precisamente ainda, entre Odonistas e Koffistas. Havia mais ranço e rixas entre as ´tchurmas` - aparentemente - do que interesse em resolver a pendenga. Mesmo antes disto chegamos ao ponto de, em determinado momento, termos até uma torcida dissidente do clube, qual seja a TOAS, vale dizer, a TORCIDA DA OAS, como se a instituição já não tivesse suficientemente partida. O Grêmio ficou em segundo plano. E cada vez que se pensa que a matéria começa a navegar em águas clara aparece um barril de pólvora na proa com um pavio apontado para o céu. De repente em meio a isto tudo surge inusitado incidente no exterior que provoca um efeito colateral diversionista e que, de novo, atinge o Grêmio. Por que não assinam o aditivo ?

Entendi de sair do meu ostracismo no assunto e ir buscar motes de informações com conteúdo, porque o que leio nas redes sociais são rompantes acusatórios sem fundamento - vejam bem, não digo que o ´denunciante` não possua lá seus fundamentos, mas se os possui, faz guarda bem guardadinha na gaveta, porque as frases de questionamentos se revelam em linhas rápidas e sem nenhum pilar sequer razoável de ponderação. Dia desses houve o cúmulo do cúmulo, tempos depois do fato ( ao estilo R Barrichello ) e também de se quedar calado na ocasião oportuna, contra o voto de Diego Casagrande em assunto pertinente, no CD, aparece um interpelante tomado de súbita indignação e atira ao jornalista a pecha de infidelidade ao grupo. Respondido, e muito bem respondido, diga-se de passagem, o manuseador da ´funda` ( para quem não sabe é sinônimo de ´bodoque` ) se escondeu, desapareceu do debate, se encolheu e se enfurnou no covarde gelo do bloqueio para não ter que enfrentar o que ouviu e ou leu. Estamos assim, a suposta infidelidade ao Grupo é mais importante que eventual infidelidade ao Grêmio. Inverteram-se os valores, as pessoas passaram a ser mais importantes que a entidade.

Pois percorri alguns de lá e de cá para saber exatamente o que se passava, não que já não tivesse uma noção bem razoável dos fatos, mas entendi de me informar um pouco mais adiante desta noção tomado até pela minha inconformidade com uma demora que em principio me parecia exagerada e também pela irresignação - esta sem cura - de uma ARENA inaugurada às pressas, com grama levantando, banheiros alagados e comentários no mundo todo que não nos foram nada favoráveis. Por sinal antes do dia 08.12.2012 - antes, repito - escrevi um artigo de título que continha expressão chula, mas que não encontrava outra para declarar meu repúdio pelo que iria acontecer: ARENA uma inauguração nas coxas ! E não deu outra. Ocorreu o que eu alertara e que não estava sendo “Diná”, qualquer pessoa de mediana inteligência sabia que nosso Estádio muito antes, mas muito antes mesmo de estar pronto, seria inaugurado para satisfazer egocentrismos que não ajudavam ao clube. Pior era estar convicto de que este ego inflado não era privilégio de quem açodadamente cortaria a fita, fosse outro provavelmente repetiria o ato.

Mas isto é passado, o presente é saber o que há de óbice para este aditivo ser assinado.

A primeira matéria que me debrucei foi no rsesporte.com, de 18/02/2014, com o título: OAS PRECISA TER ARENA DESONERADA PARA GRÊMIO ASSINAR.

E sai atrás de diversas pessoas que lidam com a matéria.

Elenquei o que colhi para entender POR QUE O ADITIVO NÃO É ASSINADO.

Vamos lá.

1. Para assinar o 3º aditivo contratual da Arena a obra tem que estar entregue e, apesar de ter sido inaugurada em 12/12, ainda se encontra em finalização. Portanto, não estando concluída, não existe obra recebida e consequentemente não há como realizar a troca de ativos concomitante à assinatura do novo documento.

2. O contrato atípico entre Grêmio e OAS previa a obrigatoriedade pela OAS de substituição das garantias de alienação fiduciária da Arena na troca de ativos entre Olímpico e Arena e a consequente desoneração completa da Arena, fato que ainda não ocorreu em função da OAS alegar, agora, que na última escritura de superfície assinada pelo presidente da época, Paulo Odone, após o 2º aditivo, sem o conhecimento do CD, o documento, além de permitir que a OAS oferecesse a Arena como garantia do financiamento contratado em seu nome, suprimiu a obrigatoriedade de desoneração da Arena no momento da troca de ativos.

2.1. Pois é.

3. A comissão de assuntos legais e estatutários do CD, chamada para dar seu parecer sobre o 3º aditivo contratual, posiciona-se no sentido de ser imprescindível a desoneração completa da Arena para a assinatura do novo aditivo, desconhecendo aparentemente os termos previstos na redação da última escritura de superfície que suprimiu esta exigência.

4. CA do Grêmio convoca presidência do CD e comissão de assuntos legais e estatutários e comunica que, diante dos fatos, só assina o 3º aditivo sem a desoneração completa da Arena após autorização do CD do Grêmio, já que não se sente em condições de avalizar alterações contratuais que não foram submetidas à apreciação do CD.


Ai me deparo com esta pérola.

- Você sabia que a antecipação de inauguração da Arena de 03.03.13 para 12.12.12 custou ao Grêmio o reconhecimento de nova dívida com a OAS na ordem de R$ 40 milhões?


Me parece, e não quero ser pretensioso, mas este ovo para ser posto de pé passa necessariamente pelo fim da teimosia, reconhecimento de erros, e uma ação conjunta entre tropas, do contrário PIMPO CONTURSI teria feito estes dias uma previsão quase verdadeira.

Disse ele:

“isto vai cair no colo do Homero Bellini” !

Digo quase verdadeira porque:

a) talvez não seja o H B o próximo Presidente mas mesmo que não, não é só do próximo que este rolo vai cair no colo ...

b) cairá no colo dos Presidentes dos próximos 20 anos.

Senhores, razão inteira tem Nei Lisboa= “ a felicidade é um ovo em pé ”.

O ´lance` é saber quem vai pôr este ovo !